Deus é um
conceito abstrato demais para ser concebido pela mente humana. Por este motivo
as religiões reduziram Deus a uma forma, um nome; transformaram Deus em um
conceito finito para que pudesse ser cultuado e adorado pelos fiéis. Mas para
trabalhar com a Geometria Sagrada é preciso ver o Criador com outros olhos e
com a mente mais aberta. Aceitar e entender o paradoxo divino e aceitar também
que Deus não pode ser contido, seja em formas, nomes ou conceitos.
Deus é,
primeiramente, eterno. O conceito de “eterno” não deve ser entendido como
imortal, pois imortal é a alma humana, criada por Deus. Eterno é algo que
existe continuamente sem começo nem fim. Não existe antes nem depois para Deus,
só existe o sempre. E essa eternidade divina manifesta-se fora do tempo, ou
seja: todos os instantes, para o nosso Criador, são apenas um único momento.
Entendam, pois, que Deus não faz nada por ninguém. Simplesmente porque já está
feito. Nós é que ainda não vivemos as bênçãos que ele já nos deu. Aquilo que é
seu, é seu, porque já lhe foi dado. Você é que precisa fazer as escolhas que o
levarão até aquilo que Deus tem para você.
Deus é também
infinito. Não existe forma para contê-lo. Como é possível definir limites para
o que é infinito? Como é que podemos ver o que é infinito? Não é possível,
portanto, ver Deus. Simplesmente porque nem nossos olhos nem nossa mente podem
conceber o infinito. E essa infinitude divina manifesta-se em todos os
atributos de Deus. Sua misericórdia é infinita. Seu amor é infinito. Nem
tampouco pode-se dizer que Deus é espírito, pois um espírito não é infinito em
sua essência, nem eterno, pois foi criado. Deus não é espírito. Deus é Deus.
Deus é também
absoluto. Outro conceito difícil para a mente humana. Absoluto é tudo. Está em
tudo. A tudo abrange. Não existe em todo o universo, em toda a criação, seja no
macro (estrelas, sóis, galáxias) ou no micro (células, átomos, quarks), nada em
que Deus não esteja, ou nada que não seja Deus. Deus está nestas palavras,
assim como está nesta folha de papel, assim como está em quem lê estas
palavras. Deus é estas palavras, assim como é esta folha de papel, assim como é
quem lê estas palavras. Deus é absoluto. Deus está em tudo. Deus é tudo. Tudo é
Deus. Tudo está em Deus.
Sendo eterno,
infinito e absoluto, devemos concluir que Deus é também perfeito. Eternamente
perfeito. Infinitamente perfeito. Absolutamente perfeito. Deus é perfeito e sua
criação também é perfeita. Se vemos imperfeições na criação divina, saibam que
imperfeitos são nossos olhos. Se as tempestades devastam a terra, saibam que
isso é perfeito. Se alguém tem uma deficiência, saibam que isso é perfeito. É
perfeito porque é assim que deve ser. Não que nós devemos aceitar tudo que nos
acontece, seja bom ou ruim para nós. É exatamente o contrário. As dificuldades
são perfeitas porque nos fazem lutar e perseverar, e nos fazem perceber a
pequenez do ser humano diante de Deus e a grandeza do ser humano diante das
tormentas da vida.
Sendo
absoluto, Deus manifesta-se em tudo. Nas pedras, nas plantas, nos animais e no
ser humano. O ser humano sendo “imagem e semelhança” do criador, da mesma forma
manifesta-se no mundo que para ele foi criado. Manifesta-se nas suas máquinas,
nas suas construções, nas suas armas de guerra e na poluição do mundo. O homem
é Deus finito, imperfeito, mortal e limitado. Suas criações também são finitas,
imperfeitas, mortais e limitadas. O ser humano manifesta-se através do seu
pensamento, em seguida através das suas palavras, e em seguida através das suas
ações. Manifesta-se também através das energias que libera e que movimenta, na
maioria dos casos sem perceber. Estas energias podem ser nocivas ou benéficas,
pois que o ser humano é um ser dual, ou seja, tem em si, o positivo e o
negativo, a luz e as trevas, o bem e o mal. As escolhas que fazem movimentam no
íntimo do ser energias positivas ou negativas, que ativam para o espírito a luz
ou as trevas, que fazem o pensamento seguir para o bem ou para o mal, que é o
que define a ação do ser humano. As energias liberadas pelos pensamentos e
sentimentos gerados agregam energias que são emanadas e podem ser captadas por
outros humanos, plantas, animais e objetos. O ser humano tanto influencia
energeticamente o ambiente quanto é influenciado por ele. Isto parece imperfeito?
Pois é assim que deve ser.